China Vs EUA: a batalha de inovação

(Quem vencelá?)

Mandei o e-mail anterior com o título errado, mas agora está certo. Boa leitura!

Nobre leitor, o que você pensa quando lhe perguntam sobre as tecnologias chinesas?

O Tio Lineu é um gozador, mas em partes ele não está errado.

A China ao longo dos anos conquistou a fama de copiar produtos americanos (com qualidade inferior), ao invés de criar suas próprias tecnologias.

Mas, no entanto, porém, todavia, o jogo está virando, amiguinhos!

E antes que o jogo vire para o lado da China, segue o fio do que você vai ver nesta edição

  • China Vs EUA: a guerra da inovação

  • China: o despertar de um dragão, ou um voo de galinha?

  • Uma opinião que você não pediu.

Mas, antes que você descubra todos os “porquês” e “comos” desta edição, aqui vai um recado:

Hoje você assistirá ao sétimo episódio do Innovation Hub Show, que contará com a participação de In Hsieh, Co-Founder do Chinnovation, conector Brasil / China e advisor de várias empresas.

Neste episódio, eu, In e nossos hosts discutiremos o atual momento da China, que há anos vem perdendo a imagem de “copiona” para ganhar uma imagem de nação “inovadora”.

O bate-papo será super alto-astral e você terá acesso a informações exclusivas sobre o relacionamento Brasil x China em inovações tecnológicas.

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Conto com a sua audiência no próximo episódio.
Voltando ao que interessa…

China Vs EUA: e a guerra da inovação

“Bons artistas copiam, grandes artistas roubam.”

A frase acima, atribuída a Pablo Picasso, sugere que os verdadeiros inovadores não apenas imitam o trabalho dos outros, mas absorvem e transformam essas influências em algo novo e original.

Ao longo dos anos, a China ganhou a fama de nação que replicava as inovações alheias.

Mas, como citamos na abertura desta edição, estamos presenciando uma virada de jogo.

Se antes eles só copiavam, hoje eles também transformam as influências tecnológicas que absorveram no passado em inovações originais.

- Carros Elétricos;

- Inteligência Artificial;

- Integrações digitais.

Em todos esses campos (e muitos outros) a China se destaca, não como uma “nação copiadora”, mas como uma potência em inovação.

Até porque, segundo In, nosso convidado do próximo episódio, a China tem algumas peculiaridades quase que inconcebíveis para nós, brasileiros:

• Por lá existem empresas feitas para atender províncias isoladas, que em termos populacionais são equivalentes à população de 7 estados brasileiros.

Ou seja: uma empresa regional, feita para atender um único “estado”, mas esse estado tem população equivalente a 7 estados brasileiros. Logo, quando essas empresas expandem para o mundo elas já não são mais startups, mas empresas consolidadas e com testes bem embasados de seu produto.

• As empresas chinesas se preocupam muito na sinergia entre produtos (por isso são líderes em integrações digitais); isto é: quando a Xiaomi lança um carro, não é por simples vaidade, mas pela comprovação de que um carro integrado ao celular pode funcionar, assim como uma casa conectada, assim como um aspirador de pó. A Xiaomi tem milhares de produtos, mas existe uma sinergia: todos são controlados pelo smartphone.

Logo, esses tópicos me trouxeram o seguinte insight: a possibilidade de testar internamente em altíssima escala contribui para que as empresas chinesas se tornem cada vez mais inovadoras.

Tudo isso nos leva a um recente relatório publicado pelo Centro Nacional de Estatísticas de Ciência em Engenharia (EUA), que aponta que em 2022, pela primeira vez, um país conseguiu ultrapassar o número de patentes dos Estados Unidos desde os anos 2000 — e este país foi justamente a China.

Se em 2010 a 2015 eu olhasse para o gráfico acima, jamais imaginaria que a China alcançaria os EUA em número de patentes criadas.

No entanto, em 10 anos, a China não somente alcançou, como ultrapassou os EUA nessa “disputa”.

China: o despertar de um dragão, ou um voo de galinha?

Indiscutivelmente, o futuro está na tecnologia — e o dinheiro também.

Assim como houve a revolução industrial, estamos vivendo (já há alguns anos) uma revolução digital.

Se olharmos pro passado, países como Reino Unido e EUA encabeçaram a revolução industrial desde o princípio, o que contribuiu imensamente para que esses países se tornassem as potências que são hoje.

Claro, outros fatores políticos, bélicos e sociais também influenciaram, mas, esse não é o nosso ponto aqui.

A China (e o resto do mundo, com exceção do Brasil, que ainda fala em industrialização em pleno 2024) enxerga que largar à frente na revolução digital é o principal meio de tomar o protagonismo dos EUA no cenário político e econômico mundial.

Mas, como a China faz isso?

Ao contrário dos EUA, a China segue um modelo econômico quase que totalmente centralizado no estado.

Para cada estudante formado, pesquisa executada e startup criada, há ali uma significativa participação do estado.

E isto nos leva ao seguinte questionamento:

- Qual é o ROI desse modelo econômico (o qual é extremamente capitalista e autoritário na mesma medida)?

Isto é, qual é o retorno que o governo chinês obtém para cada dólar investido.

Bom, esse é o tipo de informação que quem sabe não conta e quem conta não sabe de fato.

Por minha vez, eu não sei e nem contarei o que sei.

O fato é que afirmar que a China não resistirá ou superará os EUA nesta “nova guerra fria” é bobagem. 

Não tem como compararmos nada ainda.

Aliás, podemos dizer que na olimpíada de matemática (após 30 anos de soberania) a China agora perde para os EUA:

Deixo aqui meus parabéns aos americanos James Wang, Michael Li, William Zhang, John Liu e Robert Chen.

Brincadeiras à parte…

Você não pediu, mas eu dou: minha opinião

Explicarei porque acho bobagem todo esse papo de “China superará os EUA” e vice-versa.

Primeiro ponto:

Lembro que há 20 anos se falava que em 2020 a China seria a maior potência econômica do mundo.

Estamos em 2024 e isso ainda não aconteceu.

Agora, nossos especialistas dizem que até 2075 isso acontecerá.

Enfim, o que ninguém fala é o seguinte:

Comparar EUA e China não tem muito fundamento.

A China está trilhando hoje um caminho de crescimento que os EUA já trilhou no passado.

Por exemplo: comparar isso em pé de igualdade, é como comparar o crescimento de uma startup com uma empresa consolidada no mercado há 50 anos.

Outro ponto:

Parte do crescimento acelerado da China se deve ao fato do país ser fonte de mão-de-obra barata.

Observe a renda média de um chinês comparada a um americano na imagem acima.

Isso nos traz uma questão central:

 - Como a China manterá seu crescimento diante do aumento do preço da mão-de-obra?

Considerando essa pergunta, sabemos que o custo de investimento do governo chinês tende a ser maior ao longo do tempo — já que isso é um movimento econômico natural.

Outro ponto:

- Parte do crescimento chinês se deve também aos EUA, que nos últimos anos explorou o país como fonte de importação, mão-de-obra barata e base de consumo.

Claro, o crescimento chinês não se deve aos EUA (que fique bem claro esse ponto aqui), mas parte dele sim.

Diante disso, sabemos que os EUA detém o poder de erguer outros países com suas demandas de comércio, indústria e serviços — e é aqui que entra a Índia como futuro concorrente direto da China.

Mas, deixemos a Índia para outra ocasião.

Em verdade, o fato é que China e EUA são “rivais” que dependem um do outro para se manterem na disputa.

Logo, para um país desbancar o outro, será necessário algum tipo de ruptura interna ou externa que gere impacto significativo na estabilidade econômica de um dos dois países.

E o primeiro passo para que essa “ruptura” ocorra, é largar à frente na revolução digital (ponto pra China!).

Pois bem, diante de tudo isso, minha opinião é a seguinte:

Essa disputa permanecerá do jeito que está por muitas e muitas décadas.

Logo, enquanto as décadas não passam, fique com os achados da semana.

Achados da semana

Frase do dia Powered by Junior Neto, nosso robô de IA CLT

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Nos vemos lemos na próxima semana.

Abraço,

Igor Lopes.

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